quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Tomando o poder de volta

Não saberia percorrer o caminho teórico entre a Desobediência Civil e a distorção que se revelou o Liberalismo, resultando em resoluções que contrariam o interesse geral em favor de uns poucos. Nem sei se traçar esse caminho é viável, teria que estudar mais.

Mas também não é surpreendente encontrar Thoreau permeando a fala dos rapazes do Piratebay. Para eles, trata-se de uma questão de desobediência civil continuar com a transferência de metadados, espalhando o serviço por servidores e voluntários de todo o mundo, de forma que um filme possa ser “baixado” de qualquer lugar, mesmo que a polícia invada um servidor no Japão e outro na Suécia. Trata-se de uma desobediência não só em relação ao Estado ou à Justiça, mas em relação ao que dita ao mundo os grandes detentores do poder econômico e midiático global.

Diante de tudo o exposto, o que me parece sensato pensar é que os caminhos da humanidade não podem continuar indefinidamente sendo escolhidos por um punhado de grandes corporações que mandam na economia global, mesmo que nosso interesse por um consumo desenfreado tenha outorgado a eles, ainda que indiretamente, o poder de definir como será o mundo dos nossos filhos e netos.

Nenhuma mudança nas relações de poder se dá sem uma tomada de consciência global para o problema que representa uma certa tirania. Se hoje nos submetemos à tirania do consumo porque nos é conveniente, por outro lado há grupos resistentes que mostram, como nos dois vídeos linkados acima, que outro mundo é possível.

Não estou aqui a defender a luta armada ou um levante sanguinário, longe disso! Penso que experiências passadas, como a Revolução Francesa e os regimes comunistas, já demonstraram suficientemente que novas formas de poder explodindo do nada podem ser tão destrutivas quando o benefício que trazem em seu bojo. Por isso, como Thoreau, não defendo uma sociedade perfeitamente anárquica. Não sou tão ingênua a ponto de achar que somos pessoas suficientemente preparadas pra isso... Nem sei se um dia seremos.

O que nos leva à seguinte indagação: que outro caminho é possível, então? E aqui voltamos ao tema básico que levou a esse texto: seria o presente do Haiti o nosso futuro?

(continua no post de baixo...)

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